"Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e ainda não percebemos
que a Revolução, uma nova Era já começou!
As pessoas andam um bocado distraídas! Não deram conta que há cerca de 3
meses começou a Revolução! Não! Não me refiro a nenhuma figura de
estilo, nem escrevo em sentido figurado! Falo mesmo da Revolução "a
sério" e em curso, que estamos a viver, mas da qual andamos distraídos
(desprevenidos) e não demos conta do que vai implicar. Mas falo,
seguramente, duma Revolução!
De facto, há cerca de 3 ou 4 meses começaram a dar-se alterações
profundas, e de nível global, em 10 dos principais factores que
sustentam a sociedade actual. Num processo rápido e radical, que
resultará em algo novo, diferente e porventura traumático, com
resultados visíveis dentro de 6 a 12 meses... E que irá mudar as nossas
sociedades e a nossa forma de vida nos próximos 15 ou 25 anos!
... tal como ocorreu noutros períodos da história recente: no status
político-industrial saído da Europa do pós-guerra, nas alterações
induzidas pelo Vietname/ Woodstock/ Maio de 68 (além e aquém Atlântico),
ou na crise do petróleo de 73.
Estamos a viver uma transformação radical, tanto ou mais profunda do que
qualquer uma destas! Está a acontecer na nossa rua e à nossa volta, e
ainda não percebemos que a Revolução já começou!
Façamos um rápido balanço da mudança, e do que está a acontecer aos "10
factores":
1º- A Crise Financeira Mundial: desde há 8 meses que o Sistema
Financeiro Mundial está à beira do colapso (leia-se "bancarrota" e só se
tem aguentado porque os 4 grandes Bancos Centrais mundiais - a FED, o
BCE, o Banco do Japão e o Tesouro Britânico - têm injectado (eufemismo
que quer dizer: "emprestado virtualmente à taxa zero" montantes
astronómicos e inimagináveis no Sistema Bancário Mundial, sem o qual
este já teria ruído como um castelo de cartas. Ainda ninguém sabe o que
virá, ou como irá acabar esta história !...
2º- A Crise do Petróleo: Desde há 6 meses que o petróleo entrou na
espiral de preços. Não há a mínima ideia/teoria de como irá terminar.
Duas coisas são porém claras: primeiro, o petróleo jamais voltará aos
níveis de 2007 (ou seja, a alta de preço é adquirida e definitiva,
devido à visão estratégica da China e da Índia que o compram e
amealham!) e começarão rapidamente a fazer sentir-se os efeitos dos
custos de energia, de transportes, de serviços. Por exemplo, quem
utiliza frequentemente o avião, assistiu há 2 semanas a uma subida no
preço dos bilhetes de... 50% (leu bem: cinquenta por cento). É escusado
referir as enormes implicações sociais deste factor: basta lembrar que
por exemplo toda a indústria de férias e turismo de massas para as
classes médias (que, por exemplo, em Portugal ou Espanha representa 15%
do PI irá virtualmente desaparecer em 12 meses! Acabaram as viagens de
avião baratas (...e as férias massivas!), a inflação controlada, etc...
3º- A Contracção da Mobilidade: fortemente afectados pelos preços do
petróleo, os transportes de mercadorias irão sofrer contracção profunda
e as trocas físicas comerciais (que sempre implicam transporte) irão
sofrer fortíssima retracção, com as óbvias consequências nas indústrias
a montante e na interpenetração económica mundial.
4º- A Imigração: a Europa absorveu nos últimos 4 anos cerca de 40
milhões de imigrantes, que buscam melhores condições de vida e formação,
num movimento incessante e anacrónico (os imigrantes são precisos para
fazer os trabalhos não rentáveis, mas mudam radicalmente a composição
social de países-chave como a Alemanha, a Espanha, a Inglaterra ou a
Itália). Este movimento irá previsivelmente manter-se nos próximos 5 ou
6 anos! A Europa terá em breve mais de 85 milhões de imigrantes que
lutarão pelo poder e melhor estatuto sócio-económico (até agora, vivemos
nós em ascensão e com direitos à custa das matérias-primas e da pobreza
deles)!
5º- A Destruição da Classe Média: quem tem oportunidade de circular um
pouco pela Europa apercebe-se que o movimento de destruição das classes
médias (que julgávamos estar apenas a acontecer em Portugal e à custa
deste governo) está de facto a "varrer" o Velho Continente! Em Espanha,
na Holanda, na Inglaterra ou mesmo em França os problemas das classes
médias são comuns e (descontados alguns matizes e diferente gradação) as
pessoas estão endividadas, a perder rendimentos, a perder força social e
capacidade de intervenção.
6º- A Europa Morreu: embora ainda estejam projectar o cerimonial do
enterro, todos os Euro-Políticos perceberam que a Europa moribunda já
não tem projecto, já não tem razão de ser, que já não tem liderança e
que já não consegue definir quaisquer objectivos num "caldo" de 27
países com poucos ou nenhuns traços comuns!... Já nenhum Cidadão Europeu
acredita na "Europa", nem dela espera coisa importante para a sua vida
ou o seu futuro! O "Requiem" pela Europa e dos "seus valores" foi chão
que deu uvas: deu-se há dias na Irlanda!
7º- A China ao assalto! Contou-me um profissional do sector: a
construção naval ao nível mundial comunicou aos interessados a
incapacidade em satisfazer entregas de barcos nos próximos 2 anos,
porque TODOS os estaleiros navais do Mundo têm TODA a sua capacidade de
construção ocupada por encomendas de navios... da China. O gigante
asiático vai agora "atacar" o coração da Indústria europeia e americana
(até aqui foi just a joke...). Foram apresentados há dias no mais
importante Salão Automóvel mundial os novos carros chineses. Desenhados
por notáveis gabinetes europeus e americanos, Giuggiaro e Pininfarina
incluídos, os novos carros chineses são soberbos, réplicas perfeitas de
BMWs e de Mercedes (eu já os vi!) e vão chegar à Europa entre os 8.000 e
os 19.000 euros! E quando falamos de Indústria Automóvel ou Aeroespacial
europeia...helás! Estamos a falar de centenas de milhar de postos de
trabalhos e do maior motor económico, financeiro e tecnológico da nossa
sociedade. À beira desta ameaça, a crise do têxtil foi uma brincadeira
de crianças! (Os chineses estão estrategicamente em todos os cantos do
mundo a escoar todo o tipo de produtos da China, que está a
qualificá-los cada vez mais).
8º- A Crise do Edifício Social: As sociedades ocidentais terminaram com
o paradigma da sociedade baseada na célula familiar! As pessoas já não
se casam, as famílias tradicionais desfazem-se a um ritmo alucinante, as
novas gerações não querem laços de projecto comum, os jovens não querem
compromissos, dificultando a criação de um espírito de estratégias e
actuação comum...
9º- O Ressurgir da Rússia/Índia: para os menos atentos: a Rússia e a
Índia estão a evoluir tecnológica, social e economicamente a uma
velocidade estonteante! Com fortes lideranças e ambições estratégicas,
em 5 anos ultrapassarão a Alemanha!
10º- A Revolução Tecnológica: nos últimos meses o salto dado pela
revolução tecnológica (incluindo a biotecnologia, a energia, as
comunicações, a nano tecnologia e a integração tecnológica) suplantou
tudo o previsto e processou-se a um ritmo 9 vezes superior à média dos
últimos 5 anos!
Eis pois, a Revolução!
Tal como numa conta de multiplicar, estes dez factores estão ligados por
um sinal de "vezes" e, no fim, têm um sinal de "igual". Mas o resultado
é ainda desconhecido e... imprevisível. Uma coisa é certa: as nossas
vidas vão mudar radicalmente nos próximos 12 meses e as mudanças
marcar-nos-ão (permanecerão) nos próximos 10 ou 20 anos, forçando-nos a
ter carreiras profissionais instáveis, com muito menos promoções e
apoios financeiros, a ter estilos de vida mais modestos, recreativos e
ecológicos.
Contrariamente a um comentador que muito estimo pelo seu brilho e
inteligência (Carlos Magno, programa "Contraditório" da "Antena 1", 13
de Junho) eu não acho que o Mundo está "a entrar num crepúsculo" (sic).
Espera-nos o Novo! Como em todas as Revoluções!
Um conselho final: é importante estar aberto e dentro do Novo,
visionando e desfrutando das suas potencialidades! Da Revolução! Ir em
frente! Sem medo!
Afinal, depois de cada Revolução, o Mundo sempre mudou para melhor!..."
Post Scriptum:- Teoria interessante... ou mesmo muito interessante
mas... reservo-me o direito de discordar da parte final. Após cada
Revolução o mundo nem sempre mudou para melhor. Apenas mudou... nada mais
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