Nas Bolsas de Valores de todo o mundo vemos o exemplo mais marcante deste novo "tempo". E, para as ações brasileiras, a história não é diferente. Faz poucos meses e nossos analistas se entusiasmavam com o "grau de investimento" concedido ao Brasil pelas agências de risco. Hoje, nossas principais empresas já valem em dólar apenas cerca de 35% do que chegaram a valer. E já tivemos dias piores!
10.22.2008
Um Novo "Tempo" e as Regras de Bolsa
Por Rubem de Freitas Novaes
Nas Bolsas de Valores de todo o mundo vemos o exemplo mais marcante deste novo "tempo". E, para as ações brasileiras, a história não é diferente. Faz poucos meses e nossos analistas se entusiasmavam com o "grau de investimento" concedido ao Brasil pelas agências de risco. Hoje, nossas principais empresas já valem em dólar apenas cerca de 35% do que chegaram a valer. E já tivemos dias piores!
Poderíamos falar de um novo tempo que deverá resultar de lições a serem aprendidas da crise atual. Tempo de menos artificialismos impostos por governos em setores da economia, como o mercado imobiliário americano; tempo em que agências de classificação de risco terão de aperfeiçoar seus critérios de avaliação ou desmoralizar-se em definitivo; tempo em que assembléias de acionistas e conselhos de administração terão de estruturar, para executivos, esquemas de remuneração capazes de colocar em linha interesses de proprietários e gestores; tempo em que banqueiros centrais terão de aprender a evitar o aprofundamento de crises, sem lançar sementes para crises subseqüentes ainda maiores, etc. etc.Mas queremos falar é de um outro "tempo": o da velocidade dos ajustamentos e transformações.
Hoje é comum surgirem comparações com a Grande Depressão dos Anos 30, que durou praticamente uma década. Nada mais falso. A rapidez na transmissão de informações, o desenvolvimento das "tecnologias" de política econômica e a espantosa agilidade de ajustamento dos mercados globalizados comprimem fortemente o prazo de qualquer crise. Anos viraram meses, meses viraram dias e ficará para trás quem não se der conta da nova realidade.
Nas Bolsas de Valores de todo o mundo vemos o exemplo mais marcante deste novo "tempo". E, para as ações brasileiras, a história não é diferente. Faz poucos meses e nossos analistas se entusiasmavam com o "grau de investimento" concedido ao Brasil pelas agências de risco. Hoje, nossas principais empresas já valem em dólar apenas cerca de 35% do que chegaram a valer. E já tivemos dias piores!
Na lida do mercado acionário aprendemos três regras fundamentais. Uma, freqüentemente lembrada por investidores do calibre de Warren Buffet, é que "vende-se ao som dos violinos e compra-se no trovejar dos canhões", ou seja, nada de acreditar que estados de euforia ou depressão são permanentes. Nestes momentos, o conselho é agir na contra-mão dos ansiosos e apressados. Outra, é que "no mercado, come-se como pinto e defeca-se como pato", tradução do fato de que a perda da confiança se dá em velocidade bem maior do que a sua conquista. A terceira regra, finalmente, ensina que "compra-se no boato e vende-se no fato", refletindo a constatação de que a Bolsa lida com expectativas, antecipando-se de muito aos acontecimentos futuros.
É certo que da teoria para o "timing" perfeito vai uma grande distância. Mas fica a lembrança destas regras e de que vivemos em um novo "tempo", para que nossos investidores pensem com frieza e não se deixem tomar por momentos de depressão e pânico, efêmeros por natureza e, seguramente, maus conselheiros.
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