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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

1.27.2010

Onde estão os cinco justos?

Geraldo Alckmin, assim como o fizeram os demais líderes da direita, a pretexto de manter alto o nível do debate, omitiu-se de denunciar os crimes do partido adversário.
Olavo de Carvalho - 25/1/2010 - 19h09

No seu editorial de terça-feira passada, o Estadão choraminga que "a Segunda Conferência Nacional de Cultura, programada para março, foi concebida como parte de um amplo esforço de liquidação do Estado de Direito e de instalação, no Brasil, de um regime autoritário. O controle dos meios de comunicação, da produção artística e da investigação científica e tecnológica é parte essencial desse projeto e também consta do Programa Nacional de Direitos Humanos".

São verdades óbvias, impossíveis de desmentir. Mas vêm tarde demais. Quem há de deter a ascensão do autoritarismo esquerdista num país onde as facções "de direita" se enfraqueceram tanto que já nem podem lançar um candidato presidencial próprio e só lhes resta escolher o "menos esquerdista", sem nem mesmo ter a clara certeza de que essa gradação hipotética corresponde a uma realidade ou a uma falsa esperança? Esperança que, diga-se a bem da justiça, o próprio escolhido não pode ser acusado de alimentar em ninguém.

 Já passaram por essa mesma humilhação em 2002, e nem isso bastou para alertá-las quanto à gravidade do estado de coisas. Ao contrário, não houve, no meio delas, quem não celebrasse como apoteose da democracia aquilo que foi, com toda a evidência, uma farsa esquerdista calculada e montada para pregar o último prego no caixão da direita, com a anuência servil e até festiva da própria vítima.

Quando uma facção politicamente destruída não tem sequer a coragem de confessar o desastre, isso significa que internalizou a derrota ao ponto de já nem mais poder pensá-la como tal. Sai da competição e, apegando-se à mentirinha tola de que a surra brutal foi apenas uma brincadeira entre amigos, passa a disputar nada mais do que um lugar de sparring na academia do adversário.

Foi precisamente nessa condição que o sr. Alckmin subiu ao ringue eleitoral em 2006: desmanchando-se em demonstrações de polidez e bom-mocismo, omitindo-se de denunciar os crimes do partido adversário, não concorreu com ele senão para ajudá-lo a ocultar sob um manto de respeitabilidade postiça o sangue e as fezes que então, decorridos dezesseis anos da fundação do Foro de São Paulo, já o manchavam até à raiz dos cabelos.

Nunca um candidato foi tão vulnerável, tão fácil de derrotar quanto o foi o sr. Luís Inácio Lula da Silva nos dois últimos pleitos. Para destruir não somente sua candidatura, mas todas as suas ambições políticas quaisquer que fossem, bastaria mostrar, nos debates da TV, o compromisso de ajuda integral que ele assinara com a narcoguerrilha colombiana em 2001 e perguntar se, no governo, ele pretendia ser fiel à sua aliada, traindo os eleitores brasileiros, ou cumprir as leis do País e tornar-se alvo do ódio do Foro de São Paulo inteiro.

Se o candidato nominalmente de direita tivesse feito isso uma vez, uma única vez, ele seria hoje presidente da República, e não haveria nenhuma "Conferência Nacional de Cultura" ou "Plano Nacional de Direitos Humanos" para assombrar as noites dos editorialistas do Estadão.

Em vez disso, o sr. Alckmin preferiu dar a impressão de que tudo o que o distinguia do seu adversário eram miúdas diferenças políticas entre cidadãos igualmente decentes, igualmente democratas, não separados nem mesmo por alguma divergência ideológica substantiva.

Mas estou sendo injusto com o sr. Alckmin. Ele não foi o único que, sob o pretexto de "manter alto o nível do debate", elevou aos píncaros a imagem de um inimigo que, já então, chafurdava gostosamente, fazia uma década e meia, no lamaçal da aliança entre crime e revolução, protegido do olhar curioso do eleitorado pelos bons préstimos de toda a "grande mídia", de todos os partidos políticos, de todos os comandantes militares, de todas as igrejas, de todos os intelectuais, de todos os "formadores de opinião".

O sr. Alckmin não teve culpa nenhuma senão a de ser igual, em coragem e senso de responsabilidade histórica, a praticamente todos os demais líderes da "direita".

As exceções  contavam-se e contam-se nos dedos de uma só mão, mas duvido que a completem.

Se existem cinco justos na direita brasileira, digam-me quem são eles, e expliquem por que não escolhem um deles como candidato na próxima eleição presidencial.

Olavo de Carvalho é ensaísta, jornalista e professor de Filosofia
do: http://www.dcomercio.com.br/Materia.aspx?id=37346

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