Obviamente, numa democracia, os militares, por não constituirem-se em grupos de pressão, têm enorme dificuldade em manter seus soldos atualizados e em sintonia com os demais funcionários do Estado.Por exemplo, não se imagina uma manifestação de militares ou mesmo de seus familiares, do tipo recentemente realizada por funcionários aposentados da Petrobrás, que se despiram em frente ao Palácio do Planalto, em defesa da manutenção do valor de suas aposentadorias.
Isso explica porque, no âmbito do funcionalismo federal do Brasil, os militares, segundo a revista Veja, têm a menor média salarial, correspondendo à metade da média salarial dos demais funcionários do executivo e a um quarto dos funcionários do legislativo e do judiciário.
A maior média, obviamente, corresponde ao Poder Judiciário, porque, como já preconizava o gaúcho MARTIN FIERRO, não convém aborrecer os juízes. Não por acaso,o último reajuste substancial obtido pelo Poder Judiciário, no apagar das luzes do governo do Presidente Fernando Henrique Cardoso, além de bastante generoso, foi retroativo , propiciando que durante 24 meses um plus fosse agregado aos subsídios usufruidos pelos magistrados brasileiros.
Esse reajuste, pelo chamado efeito cascata, se espraiou pelos demais funcionários desse Poder. Quanto ao Poder Legislativo, como o nome indica, lhe compete fazer as leis, inclusive as que fixam sua própria remuneração...
Por razões não bem conhecidas, talvez só explicadas pelas teorias freudianas, militar brasileiro não vota em militar, o que impede a constituição de uma bancada parlamentar mínima, que defendesse a remuneração dos militares no Congresso nacional, foro legítimo para esse tipo de pressão.
Somente o Rio Grande do Sul tem potencial para eleger três deputados federais ligados à família militar, mas não elege nenhum. O último que tentou, o Coronel SPARTA, conseguiu uma razoável votação entre civis e uma pífia votação entre os militares e seus dependentes.
Assim, a pressão favorável aos militares brasileiros, atualmente, se limita à atuação do deputado BOLSONARO, às bravas lideradas de Dona IVONE LUZARDO e as pouco mais que protocolares reivindicações dos comandantes das três Forças, o que é muito pouco . A problemática, acima apresentada, só pode ser enfrentada pelo Presidente da República, Comandante em Chefe das Forças Armadas, a quem compete, devidamentente assessorado pelo Ministro da Defesa, estar atento à conjuntura nacional e a zelar para que seus comandados não sejam discriminados em termos profissionais e salariais.
Gen Muxfeld
Postado por MiguelGCF
Editor do Impunidade Vergonha Nacional
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