Membro do Grupo OHL, a OHL Concesiones é a controladora de 60% do capital da OHL Brasil, a companhia que venceu cinco dos sete leilões de concessões realizados pela União na terça-feira. Atuante no Brasil, na Argentina, no Chile e no México, além da Espanha, a companhia soma 1.834 quilômetros de estradas concedidas na Europa e América Latina. Destes, 1.584 quilômetros já são explorados, dos quais 1.147 quilômetros ficam em São Paulo. Os trechos paulistas são apresentados pela empresa como uma ''malha viária interconectada que permite a adoção de políticas comuns para sinergias''.
No que se refere às concessões, a OHL Concesiones demonstra especial interesse na América Latina. Dos 12 trechos que administra, 10 cortam solo sul-americano, onde a companhia investe na construção, reforma e manutenção de estradas, obras remuneradas pela exploração de praças de pedágio. No Chile, a empresa detém 75% das ações da Infraestructura 2000, gestora da Autopista do Sol, entre Santiago e o porto de San Antonio, e da Los Libertadores, entre a Capital e Mendoza, na Argentina. Argentina e México são outros alvos de negócios no continente.
Na Europa, a OHL administra dois trechos, ambos na Espanha. Sua mais importante estrada é a M-45, que entrou em operações em 2002, nos arredores de Madri. O ramo das concessões públicas de rodovias, ferrovias, portos e aeroportos é tido como o segundo mais importante do Grupo OHL. Em primeiro lugar figuram os investimentos em construção civil. Na Espanha, país em que realiza 56% de seu faturamento, a empresa concentra-se na construção de prédios residenciais. No exterior, a companhia não é clara sobre suas prioridades. Seus negócios espalham-se pela América Latina, Estados Unidos, Europa Central e do Leste, África, Turquia e Azerbaijão.
O Grupo OHL é fruto da união das empreiteiras espanholas Obrascón, Huarte e Lain. Ao longo do século passado, a Obrascón, a mais forte delas, foi propriedade do Banco Bilbao e da Altos Hornos de Vizcaya, antes de cair nas mãos de dois empresários: Juan Miguel Villar Mir, atual presidente, e José Luis Garcia Villalba. Villar Mir é alvo de um processo aberto pelo juiz Baltazar Garzón - o mesmo que ordenou a prisão do ditador Augusto Pinochet, em Londres, em 1998 - por suspeita de apropriação indevida, administração fraudulenta e falsidade documental que teriam resultado no desvio de 30 milhões no caso Recol.
Trata-se de uma suspeita de fraudes cometidas em 2000 por acionários da Recol Networks, da qual Villar Mil era sócio. O empresário e outros nove gestores teriam usado recursos da Recol de forma irregular para cobrir uma oferta pública para captação de fundos. O processo ainda não foi julgado.
NÚMEROS
1.147 é a soma dos quilômetros da malha rodoviária administrada atualmente no Brasil pelo OHL
1.834 é o total de quilômetros de estradas que a OHL administra na Espanha, Brasil, Chile, México e Argentina
56% do faturamento do Grupo OHL é realizado na Espanha
23,8 bilhões é o quanto o grupo pretende investir a longo prazo em concessões públicas
89,5% dos recursos de sua carteira de longo prazo devem ser aplicados em concessões
Fonte: O Estado de S.Paulo 11/10/2007
Postado por MiguelGCF
Editor do Impunidade Vergonha Nacional
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