Seremos envolvidos para fins de alerta imediato e total e, principalmente, para a repressão das incursões estrangeiras através do nosso território e das águas do nosso domínio. Além disso, poderemos ser envolvidos para cumprir o estatuto da OEA no sentido de nos juntarmos ao esforço de defesa comum de um país invadido por tropas ou milícias estrangeiras.
Ao contrário do que afirma o Presidente Lula, a América do Sul não é um continente tão pacífico como parece ser. Estão apenas adormecidas, nos dias de hoje, seculares desavenças e reivindicações territoriais, as quais vão ressurgir plenamente no futuro próximo, começando pelos países do Pacto Andino.
A Venezuela já acendeu o rastilho e a bomba vai explodir. O incidente diplomático com a Colômbia, provocado pelo Chávez, não vai se limitar a muxoxos de parte a parte. Vai haver fricção para valer, num nível talvez maior do que o atual "choro e ranger de dentes" (viva Machado de Assis!) entre a Índia e o Paquistão. A Colômbia tem acordos, na área militar, com os Estados Unidos.
A Venezuela tem pretensões territoriais sobre a Guiana Inglesa, que, há dois ou três dias, anunciou urbi et orbi o seu propósito de submeter-se à custódia do Reino Unido para fins de preservação ambiental da sua Amazônia, que está praticamente intocada. Tudo isso em troca de efetiva cooperação econômica para a melhoria das condições de vida do seu miserável povo.
A Venezuela vai intrometer-se nisso, e vai tentar, com pouquíssima chance de êxito, cooptar o Suriname, país este com certas afinidades ideológicas com Chávez. As chances são mínimas porque o Suriname mantém certo nível de cooperação militar com os Estados Unidos, obviamente muito inferior ao da Colômbia. Além disso, o Suriname faz fronteira com o Brasil e com a colônia ultramarina da Guiana Francesa.
O aceno da Guiana ao Reino Unido vai resultar, num primeiro e óbvio desdobramento, em algum acordo na área militar. Estão em jogo o petróleo guianense fronteiriço com a Venezuela e a Amazônia Guianense.
A Venezuela estará, portanto, ameaçada em seus flancos Leste e Oeste. Restam-lhe o Sul, que é o Brasil, e o Norte, que é o Caribe. Dúvida não resta de que os Estados Unidos mandarão aos mares caribenhos uma força-tarefa de combate para estacionar ao largo das águas continentais venezuelanas, com o tríplice objetivo de:
(i) proteger o Canal do Panamá;
(ii) proteger a Colômbia e a Guiana, neste último caso por procuração do Reino Unido, que mandará tropas numa etapa posterior, para de lá não mais arredarem o pé; e
(iii) evitar, just in case, a pouquíssimo provável intromissão de Cuba.
Resta o Brasil, como parte neutra, na fronteira Sul da Venezuela. Acontece que o Brasil situa-se entre a Venezuela e a Bolívia, a qual, se sobreviver à sua fragmentação interna com a anunciada ajuda chavista, vai se unir àquele país para fins de, no mínimo, apoio ideológico e diplomático.
Acontece que, com isso, estará a Bolívia anunciando a sua própria extinção, uma vez que será assediada pelo Paraguai (contencioso sobre o Chaco) e pelo Chile (saída para o Pacífico). O mais provável é que a Bolívia se desmanche e que Santa Cruz de la Sierra declare a sua soberania.O Brasil, se tiver juízo, deve reconhecê-la imediatamente ("Primeirão qualquer coisaí, Tesourinha corta tudo, Marraio não sou, Feridô sou rei"), como fez com Angola, a despeito das ternas relações com "Portugal, meu Avozinho", e está colhendo, hoje em dia, ótimos frutos dessa sábia decisão geopolítica.
Se o Brasil vier a atuar como líder de fato e de direito, e situar-se como tal nesse cenário, os argentinos perderão a influência que detêm sobre a Bolívia, e terão que voltar para os lugares de onde jamais deveriam ter saído: London, Birmingham, Stratford-upon-Avon.
Lembre-se do Aqüífero Guarani, a maior reserva de água doce subterrânea do mundo, que fica situada exatamente nesta última geografia. Muito mais do que o petróleo, as selvas e principalmente a água serão os bens mais valiosos da natureza, muito em breve.
Serão necessárias prioridades militares urgentíssimas, todas elas mais proximamente relacionadas com o cenário aqui desenhado. A Marinha terá que reforçar os seus meios e tropas fluviais para atuarem na Amazônia e no Pantanal.
Paralelamente às inúmeras vezes anunciadas - e adiadas - urgentes aquisições de supremacia aérea, a FAB deverá acelerar o programa de modernização do A1, que é uma aeronave de grande potencial e versatilidade para a defesa daquelas geografias, em conjunto com os Super Tucanos.
O Exército terá que profissionalizar-se e terá que deixar o Rio e São Paulo, para basear-se principalmente na Amazônia e no Pantanal. O Exército terá que mandar para Roraima um Batalhão.
por: PAN
Editor do Impunidade > Vergonha Nacional
Nenhum comentário:
Postar um comentário