Há duas versões para as últimas palavras de Ernesto Guevara Lynch de la Serna ao tenente do exército boliviano Mário Terán, encarregado de sua execução: “Não disparem. Sou Che. Valho mais vivo do que morto”, diz a primeira; “você vai matar um homem”, diz a segunda. Quaisquer que tenham sido suas últimas palavras, a partir daquela data Guevara tornava-se um mito.
Quarenta anos depois, Fidel Castro Ruz escrevia (ontem) sobre o mito, sob o mesmo título deste comentário, no seu jornal Granma: “Hago un alto en el combate diario para inclinar mi frente, con respeto y gratitud, ante el combatiente excepcional que cayó un 8 de octubre hace 40 años. Por el ejemplo que nos legó con su Columna Invasora, que atravesó los terrenos pantanosos al sur de las antiguas provincias de Oriente y Camagüey perseguido por fuerzas enemigas, libertador de la ciudad de Santa Clara, creador del trabajo voluntario, cumplidor de honrosas misiones políticas en el exterior, mensajero del internacionalismo militante en el este del Congo y en Bolivia, sembrador de conciencias en nuestra América y en el mundo”.
Vindo de quem vem, o texto está de acordo com o esperado. Não estão de acordo com o esperado outros depoimentos, como o do marxista Régis Debray que com ele conviveu na Bolívia e que sobre ele escreveu: “Era adepto do totalitarismo até o último pêlo do corpo”.
Pelo caráter mitológico, El Che foi lembrado não somente em Cuba, mas também na Bolívia, aqui, e em muitas outras partes do mundo. Poucos terão se lembrado dos 49 recrutas do exército boliviano que morreram em combate contra os invasores cubanos de seu país.
Por essa razão, os militares bolivianos, ao mesmo tempo em que respeitaram as manifestações do chefe do governo ao homenagear Guevara, prestaram homenagem aos verdadeiros heróis desse embate, anônimos jovens bolivianos, convocados a servir o exército de seu país e mortos ao defendê-lo da agressão de assassinos externos.
Por ROBERTO FENDT -Vice-presidente do Instituto Liberal
Na banco de idéias em circulação [nº40], leia em Clássicos Liberais o resumo de “A rebelião das massas”, de José Ortega y Gasset. O Sumário é de Roberto Fendt
Nenhum comentário:
Postar um comentário