O CORREIO DA PARAIBA - Terça, 23 de Outubro de 2007
Ministro do STF pede data para julgamento de Ronaldo
O Supremo Tribunal Federal (STF) deverá julgar finalmente este mês ou no começo do próximo o deputado federal e ex-governador Ronaldo Cunha Lima (PSDB) pela tentativa de assassinato do também ex-governador Tarcísio Burity em 5 de novembro de 1993 no interior do restaurante Gulliver, de João Pessoa.
A ação penal aberta contra Ronaldo no Supremo encerrou sua longa e morosa tramitação nesta terça-feira (23), quando o ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, pediu em reunião do Pleno que seja marcada uma data para o julgamento do deputado, que apresentou alegações finais de defesa desde 6 de setembro último.
O pedido de data para julgamento significa que o ministro Joaquim Barbosa já concluiu seu parecer, a exemplo do que já fizeram o revisor e o Ministério Público, representado pela Procuradoria Geral da República. O parecer da PGR, entregue ao STF em 22 de agosto deste ano, é pela condenação de Ronaldo por tentativa de homicídio.
O processo do Caso Gulliver começou a tramitar no STF em 22 de outubro de 2002, data em que foi distribuído para o ministro Moreira Alves, primeiro relator da Ação Penal que no protocolo do Tribunal recebeu o nº 333. Na época, o então senador Ronaldo Cunha Lima era defendido – e ainda hoje o é – pelo escritório do advogado José Gerardo Grossi, ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Alegação de legítima defesa
Quando depôs no Supremo sobre o atentado no Gulliver, em 9 de dezembro de 2002, Ronaldo negou que tenha planejado o crime e passou 80 minutos tentando convencer o relator Moreira Alves de que agira em legítima defesa. Disse que era vítima de ofensas pessoais e ataques à sua família e, ao entrar no restaurante, pensou que Burity sacaria uma arma após uma discussão entre os dois.
Segundo depoimentos reunidos pela acusação, a alegação de legítima defesa não se sustenta. Ao entrar no Gulliver, Ronaldo não deu tempo sequer de Burity esboçar qualquer reação e atirou duas vezes contra o adversário, que se encontrava sentado, conversando com amigos, e de costas para a porta por onde o então governador entrou.
Socorrido para o Hospital Samaritano, da Capital, Burity passou duas semanas internado, sendo liberado depois para se recuperar em sua residência. Após o atentado de que foi vítima o ex-governador afastou-se por quase dois anos da atividade política, perdeu popularidade, a saúde e finalmente a vida, às 9h45 do dia 8 de julho de 2003, aos 64 anos, por agravamento de problemas cardíacos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário