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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

10.28.2007

Inutilidade confessa

 
    Xingado de ultradireitista por Hugo Chávez, humilhado pelo governo de Cuba, que vetou a entrada da Comissão Parlamentar brasileira, o Senado brasileiro tratou logo de reconquistar as graças de seus exigentes proprietários, derretendo-se em sorrisos sedutores e baixando ao último grau da abjeção mediante a despudorada homenagem a um sociopata assassino, odiento, covarde e autolatricamente vaidoso.
    
    Com essa iniciativa  - aliás, involuntariamente irônica, pois Che Guevara já se colocava a si próprio “no primeiro escalão da espécie humana” e quem quer que depois disso lhe renda graças aceita ipso facto um lugar inferior ao dele na hierarquia zoológica -, a única coisa que o Senado conseguiu foi reforçar um pouco mais a tese petista que considera seriamente a hipótese da sua extinção a médio prazo.
    
    Aqueles que esperam conquistar o coração do tirano mediante atos de subserviência não fazem senão mostrar a ele o quanto são dispensáveis.
    
    Celso Lungaretti, que entrou para os anais da História Universal como prefeito de Pariquera-Açu, SP, demonstrou sua lealdade à esquerda revolucionária indo à TV delatar seus companheiros de ideologia durante o regime militar.  Agora ele prova sua fidelidade aos princípios da democracia e da livre-expressão exigindo o fechamento judicial dos sites conservadores na internet.  Isso é que é inteireza de caráter.
    
    Aproveita a ocasião para classificar o jornal eletrônico Mídia Sem Máscara entre “os sites financiados por facções políticas”, mas, como não informa qual é a facção, o jornal continua sem meios de acesso ao tal financiamento que, espero, seja substantivo e duradouro.  Se o misterioso subsídio não aparecer logo, vou cobrá-lo do próprio Lungaretti, que como dono da Geração Editorial, editora da primorosa História Crítica de Mário Schmidt, tem prosperado muito no ramo da propaganda comunista, a indústria mais pujante deste país.
    
    Que um sujeito se arrependa, depois se arrependa de ter-se arrependido, e por fim se arrependa de ambas as coisas, faz parte da miséria usual da humanidade.  O que diferencia Lungaretti é que seus arrependimentos sempre o colocam a favor do lado mais vantajoso no momento, primeiro como serviçal da direita militar e agora como delator de direitistas.  Por isso mesmo, ele não está de todo errado ao posar de superior a todas as ideologias.  No fundo ele não serve a nenhuma:  serve-se delas e nunca sai perdendo.
    
    Com similar idoneidade, ele classifica de ficção conspiratória a minha afirmação de que os partidos membros do Foro de São Paulo dominam atualmente os governos de vários países da América Latina.  Fique pois o leitor sabendo que os partidos de Lula, Kirchner, Chávez, Morales e tutti quanti não governam nada ou então não pertencem ao Foro de São Paulo, embora eles próprios digam o contrário em ambos os casos.
    
    Normalmente, o que quer que um tipo como Lungaretti diga ou faça é inócuo como um pum de mosquito, mas, como a nota foi publicada no site do prof. Roberto Romano, que tem mais de três leitores, um deles me enviou uma cópia da coisinha, perguntando o que acho dela.
    
    Não acho nada, apenas noto que o prof. Romano, quanto mais apanha de comunistas, mais solicitamente os lisonjeia, rebaixando-se ao ponto de se fazer de megafone para o ex-prefeito de Pariqüera-Açu.
    
    É o que normalmente se chamaria de fim de carreira, mas, no caso, parece ser apenas o preço de um emprego na Unicamp.  Ou, talvez, acumulação de méritos para uma vaga no Senado.

Por
Olavo de Carvalho é jornalista, ensaista e professor de Filosofia. 

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