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Agradeço as oportunas e coerentes intervenções dos comentaristas criticando o proselitismo irresponsável do globoritarismo apoiado pela mídia amestrada banalizando as Instituições e o Poder do Estado para a pratica sistemática de crimes. Os brasileiros de bem que pensam com suas próprias cabeças ja constataram que vivemos uma crise moral sem paralelo na historia que esgarça as Instituições pois os governantes não se posicionam na defesa da Lei e das Instituições gerando uma temerária INSEGURANÇA JURÍDICA. É DEVER de todo brasileiro de bem não se calar e bradar Levanta Brasil! Cidadania-Soberania-Moralidade

11.02.2007

Do ôvo nasce a serpente

Aos crédulos, eis que o presidente Luiz Inácio da Silva e o seu PT mais uma vez mostram como são vãs suas esperanças: voltou a tramitar na Câmara, desde abril, por iniciativa do deputado petista Fernando Ferro, emenda constitucional que permite reeleições ilimitadas para presidente, governadores e prefeitos.

É preciso mais? Não, juntem-se a este outros fatos recentes e temos posta a evidência. Está nos planos de Lula e do PT alterar de alguma forma as regras da alternância vigente e, por isso, já se movimentam na direção do prolongamento do poder. Confirmaram-se as piores suspeitas dos que já estavam desconfiados da resistência do partido em desocupar a máquina pública uma vez tendo chegado lá.

Os outros fatos acima referidos são conhecidos, mas cumpre o registro para facilitar o raciocínio. Primeiro, o presidente da República fala em sucessão sempre que se lhe apresenta uma chance, por mais inadequado que pareça isso para quem ainda tem três anos de mandato e, em tese, é o menos interessado em deflagrar campanha antecipada.

De repente, surgem as manifestações dos deputados Devanir Ribeiro e Carlos William - um em defesa do plebiscito para a decisão sobre um terceiro mandato, outro em prol da prorrogação de todos os mandatos, de presidente a vereador.

Depois, as negativas cada vez menos enfáticas do presidente da República; no início da semana, ao comentar a proposta de Devanir, divulgada no dia seguinte à festa de aniversário de Lula, à qual o deputado foi dos poucos parlamentares convidados por razões de amizade, Lula disse que a questão não era "prioridade" de governo.

Em seguida, o vice-presidente da República, José Alencar, considerou natural a discussão, em face da popularidade presidencial.

Ato contínuo, instado a falar sobre o tema, o presidente do PT e candidato de Lula à reeleição, Ricardo Berzoini, rejeitou a idéia, mas não impôs obstáculos à permanência do debate em aberto: "Não há assunto proibido no PT", disse, desmentindo a realidade do veto à discussão interna sobre punições aos envolvidos em malfeitorias mensaleiras e derivadas.

Agora, a Folha de S. Paulo descobre que o instrumento já está pronto: uma emenda, aprovada na Comissão de Constituição e Justiça em 2000 e arquivada desde então, permitindo sucessivas e ilimitadas reeleições para chefes de Poderes Executivos, voltou a tramitar em abril.

Está pronta para ir ao exame de comissão especial e, de lá, para o plenário. As reações do Planalto, dos petistas deputados e até do presidente da Câmara, o petista Arlindo Chinaglia, foram contrárias. Atribuíram a iniciativa ao desejo solitário do deputado Fernando Ferro.

Agora, convenhamos, aplicando a lógica aos fatos: um assunto desses é retirado do arquivo, fica de "stand by" para o que der e vier e ninguém avisa a Fernando Ferro, um dos mais aguerridos governistas tanto do plenário quanto em CPIs, que aquilo contraria os interesses de Lula?

Só mesmo a vocação irresistível do PT ao erro e a falta de senso de oportunidade - que leva o partido a dar o passo em falso quando se sente politicamente fortalecido - podem explicar a abertura de uma discussão dessas num momento como o da negociação da CPMF, em clima de vento em popa com o PSDB.

É de se imaginar que os tucanos despertem de seu sonho de "oposição qualificada" para perceber a agenda subjacente do governo e resolvam não participar dela, com um travo nas negociações ditas de Estado.

A menos, claro, que estejam enxergando algo além da percepção dos mortais e resolvam tocar esse barco, enfrentando com punhos de renda quem luta com pulsos de aço.
Por Dora Kramer - Estadão

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