Há dezoito meses atrás, precisamente em 07 de abril de 2006, Roberta de Almeida Ferreira foi, pela primeira vez, a festa rave do armazém 5, no cais do porto, centro do Rio, e morreu, possivelmente após consumir anfetaminas ou mesmo LSD – reportagem dos repórteres Janir Júnior e João Antônio Barros, no jornal "O DIA Online" de 04.11.2007.
Fiz questão de transcrever parte da reportagem do jornal "O DIA Online", para mostrar que não estou errado e tampouco que tenha eu um discurso radical. Muito pelo contrário. Todavia, nossos governantes, políticos, autoridades constituídas, antropólogos, sociólogos, "intelectuais" e a sociedade em geral ainda não se convenceram que o tráfico de entorpecentes é a mola propulsora de grande parcela da violência urbana que nos assola e que destruirá essa nação a médio prazo e longo prazos. E, de forma hodierna, além do tráfico realizado por criminosos comuns, há também o que "jovens" de classe média praticam. E mais, resta claro que as drogas sintéticas serão o carro-chefe do tráfico daqui pouco tampo.
E, por falar em ecstasy (MDMA) qual o país que mais o produz? A resposta é óbvia: a Holanda; a mesma que os irresponsáveis defensores da discriminalização das drogas tanto citam como "convincente argumento".
A liberação das drogas na Holanda foi oficializada no ano de 1976; portanto, há 31 anos. Liberou-se, então, a venda de maconha em estabelecimentos denominados coffee-shops. Apesar da proibição da venda a menores, o uso da "cannabis", dentre os colegiais de 14 e 15 anos, cresceu vertiginosamente entre 1984 e 1996. Antes da implementação desta política, quase não se viam, na Holanda, criminosos ligados ao tráfico internacional de drogas. Nas adjacências dos coffee-shops trafica-se qualquer tipo de droga, inclusive crack, cocaína e heroína. Hoje, a Holanda tornou-se um gigante na produção e distribuição de drogas ilícitas; e a heroína. Quando se fala da Holanda, omite-se que aquele país está retificando essa política, assim como a Suíça, entre outras razões, devido ao aumento da criminalidade. Atualmente, a Holanda encontra-se em primeiríssimo lugar, dentre as nações mais desenvolvidas, quando se considera o número de homicídios. "O altíssimo nível da brutalidade mais extrema a que chegou a Holanda, após a liberalização das drogas, pode ser avaliado pelo fato de o país estar superando hoje até mesmo a taxa de homicídios das nações consideradas mais violentas" – apud IB Teixeira, 2002.
Em 2001, a Drugs Enforcement Administration (DEA) divulgou, no relatório "Ecstasy, Rolling Across Europe", baseado em apreensões e relatórios de inteligência, que 80% da produção mundial de ecstasy provinha dos laboratórios clandestinos da Holanda e, em segundo lugar, do norte da Bélgica. Consultando o livro "Meninos Bandidos Atacam – E nem sabemos o que fazer com eles", do jornalista, escritor e criminólogo Percival de Souza, "de todos os adolescentes internados no Brasil inteiro por causa dos atos infracionais praticados, 85,6% eram usuários de algum tipo de droga antes da internação. As mais citadas: maconha (67,1%), álcool (32,4%), cocaína-crack (31,3%) e os inalantes (22,6%)"; e que "nas maiores cidades do país, 60% dos prisioneiros, a maioria na faixa de dezoito a 23 anos de idade, vieram de algum estabelecimento para menores".
Portanto, não pretendo convencer os missivistas que mostraram-se ofendidos com meu texto anterior. Numa democracia cada qual tem liberdade para expressar-se e postar-se como bem entender; mas, como sói óbvio, dentro dos limites da lei. Por outro lado, é inegável que nas festas "rave" há tráfico e consumo de entorpecentes, assim como nos bailes Funk e ,como bem citaram os missivistas, no carnaval. Não é atoa que os traficantes da favela da Rocinha faturam mais de 40 milhões de reais nos quatro dias de carnaval.
No meu entender, lugar de traficante é na cadeia, por crime hediondo, e para cumprimento de pena máxima e sem quaisquer benefícios da lei – infelizmente, hoje, nesse país hipócrita, eles recebem os benefícios da lei... Nos EUA, em alguns estados, quando um "jovenzinho" é apanhado com drogas, na primeira e segunda vezes ele é solto sob fiança; contudo, na terceira vez ele é condenado a prisão perpétua.
No livro "Frekonomics", de Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner, é citado que há três incentivos básicos para o ser humano: o econômico – se acabar preso, o indivíduo pode perder o emprego, a casa, a liberdade... –, o moral – não querer cometer um ato errado, criminoso... – e o social – não ser visto pelos outros como alguém que age errado ou de forma criminosa. Tais incentivos faltam a grande parcela de nossa sociedade, que prefere viver num absoluto estado de anomia.
A mim pouco importa que a sociedade, políticos, intelectuais, o senhor Sérgio Cabral Filho, a juíza Flávia Viveiros de Castro, o ministro da "cultura", Gilberto Gil etc. sejam favoráveis à liberação e ao consumo de drogas. Mas eu não sou. E também acredito que até haja pessoas que freqüentem tais festas e não se droguem; que vão a tais festas até para, como disse um missivista, para "escutar um bom som" ou para "estar ao lado de pessoas bonitas e selecionadas, conhecer pessoas novas, discutir ideais, ouvir palavras de apoio, exaltar a natureza, fugir da rotina por horas, pegar um bronze de manhã, ver lugares novos, cuidar do meu corpo fazendo uma ótima atividade física (a dança), relaxar, extravasar emoções e poder comemorar a vida" – grifos nossos. Mas jamais poder-se-á afirmar que em tais festas não haja tráfico e grande consumo de drogas. Isso não se poderá negar, jamais! Por fim, mantenho-me favorável à proibição de tais festas.
Dr. Leví Inimá de Miranda - CEL MED REF (EB)
Perito Legista da Polícia Civil do RJ
e-sema deixou um novo comentário sobre a sua postagem "Festas "rave"":
Caro autor, apesar de tais palavras pesadas que voçê inseriu sobre o assunto, venho aqui ensejar alguns argumentos contrários sobre seu artigo.
Ideologia é um termo usado no senso comum contendo o sentido de "conjunto de idéias, pensamentos, doutrinas e visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas". A ideologia, segundo Karl Marx, pode ser considerado um instrumento de dominação que age através do convencimento (e não da força), de forma prescritiva, alienando a consciência humana e mascarando a realidade.
Agora deixo aqui meu argumento, todos conheçem seus direitos e deveres diante da lei, pelo menos isso deveria acontecer, essas leis foram feitas para serem cumpridas e um órgão do governo deverá fiscalizar se estão ou não sendo cumpridas dentro do que está descrito nela, enfim, depois de tudo isso ainda existe uma sociedade moralista que busca conter a qualquer custo o que somente a ela é favorável, sem esqueçer a midia sensacionalista que fica de plantão buscando atender seus consumidores alienados em questão, não pergunte a eles porque são assim, apenas ouvem e conconrdam com o que dizem. Juntando tudo isso a um só meio e me diz que tipo de realidade estamos hoje sujeitos, melhor ainda, lá em cima citei sobre ideologia e aí o que voçê me diz???
Caro autor, sei que infelizmente apesar de nós tentarmos de todas as maneiras um meio de controle pra situação a que voçê mesmo disse ter acontecido (detalhado por meios de fiscalização, sociedade e midia), assim mesmo o jeitinho brasileiro consegue burlar (não sei o porque), logo tornando-se inviável a repressão como meio de controle, ou seja, não adianta operar um paciente de Fimose, sendo que ele tem Câncer, deve-se entender o problema em questão antes de tomar decisões precipitadas, sabendo por onde conduzir esse problema demosntrando o que de bom pode-se tirar de ambientes em questão. Daí voçê me pergunta, e o que tem de bom nesses ambientes? Eu respondo com maior vontade.
Alegria meu caro autor, somente ali existe esse semtimento que até hoje não encontrei em lugar nenhum. Aposto que a primeira impressão deve ser de que sou um noiado, alienado, bebado ou coisa parecida, entretanto digo que não bebo, não fumo e não uso nenhum tipo de substância ilícita pra poder sentir tal sentimento, apenas gosto de escutar um bom som (gosto não se discute), estar ao lado de pessoas bonitas e selecionadas, conheçer pessoas novas, discutir ideais, ouvir palavras de apoio, exaltar a natureza, fugir da rotina por horas, pegar um bronze de manhã, ver lugares novos, cuidar do meu corpo fazendo uma ótima atividade física (a dança), relaxar, estravazar emoções e poder comemorar a vida.
Então depois desse desabafo pergunto, é justo me condenar por atos alheios???
Se for, então perdoaivos Pai, pois não sabem o que fazem...
Postado por MiguelGCF > IMPUNIDADE > VERGONHA NACIONAL
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